Mãe autoriza interrupção de gravidez da filha de 10 anos estuprada pelo padrasto

Publicado por Tv Minas em 20/01/2021 às 19h55

Com a orientação da delegada e o embasamento legal, a mãe levou a menina ao hospital, para que a gravidez seja interrompida.

 

Uma menina de 10 anos, que está no terceiro mês de gestação, foi levada na manhã desta quarta-feira (20/1) ao Hospital Municipal de Governador Valadares para ser submetida a um procedimento médico que vai interromper a gravidez.

 

A criança foi estuprada pelo padrasto e espera um filho dele.

 

A mãe da menina manifestou o interesse de interromper a gravidez da filha na manhã desta quarta, depois de conversar com a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) Adeliana Xavier. 

 

A delegada disse que aceitou as argumentações da mãe, garantidas no Artigo 128 do Código Penal, que legaliza o procedimento “se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”.

 

Com a orientação da delegada e o embasamento legal, a mãe levou a menina ao hospital, para que a gravidez seja interrompida.

 

 

Série de agressões


A gravidez da criança foi descoberta pela mãe, que mora no Bairro Carapina, em Governador Valadares, quando ela percebeu que havia algo errado com a filha, que não havia menstruado no início deste mês.

 

Ao conversar com a menina, ouviu a triste história, de que ela havia sido estuprada pelo companheiro da mãe e já estava no terceiro mês de gravidez.

 

A mãe, que também está grávida do homem, o chamou e exigiu dele as explicações. A reação foi violenta: ele agrediu fisicamente a mulher, que, revoltada, procurou a Deam para fazer a denúncia.

 

A delegada Adeliana Xavier, que não pôde fazer a prisão em flagrante do homem, por estupro de vulnerável, por causa do lapso temporal, tentou prendê-lo por ter praticado a agressão contra a companheira, mas os policiais não conseguiram localizá-lo e ele está foragido.

 

Apesar de ser uma delegada de polícia experiente e conviver com várias situações de violência contra a mulher em sua delegacia, Adeliana Xavier disse ter se sentido "dilacerada" com a história da menina grávida. 

 

“Eu, como delegada de polícia, vou me virar do avesso para tirar este sujeito de circulação, para que isso não aconteça novamente”, disse, lembrando que é mãe de uma menina de 7 anos e sofre só de imaginar se uma situação semelhante acontecesse com ela e que consegue imaginar o sofrimento da mãe que vive história tão cruel com uma filha. 

 

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