Estudo choca ao afirmar que devemos beber água apenas quando sentimos sede

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

É amplamente aceito que, como parte de uma dieta saudável, deve-se consumir uma boa quantidade de água por dia. A quantidade comumente recomendada por nutricionistas e médicos é de oito copos diários, porém uma pesquisa publicada recentemente pela revista Proceedings of the National Academy of Science sugeriu uma nova teoria.

 

Um grupo de cientistas da Universidade de Monash, na Austrália, descobriu que um mecanismo presente no organismo é responsável por regular a quantidade de água que ingerimos, o que sugere que devamos bebê-la somente quando estivermos com sede. Segundo eles, tal constatação impede as pessoas de beberem muita água, o que causaria uma intoxicação potencialmente fatal. As novas descobertas desafiam a recomendação sobre os oito copos recomendados há décadas.

 

Segundo o pesquisador líder do projeto, Dr. Michael Farrell, um “inibidor de engolir” é ativado no cérebro quando muito líquido é consumido, ajudando a pessoa a parar de beber e protegendo o corpo de excessos potencialmente perigosos.

 

Se nós apenas fizermos o que nosso corpo pede, provavelmente estaremos fazendo o correto”, disse ele. “Apenas beba de acordo com a sede ao invés de ter uma programação elaborada”.

 

Para chegar às conclusões, a equipe solicitou a um grupo de voluntários que avaliasse o esforço necessário para engolir água em duas condições: após exercícios físicos – quando estavam com sede – ou depois de serem persuadidos a beber muita água.

 

Os resultados mostraram um aumento de três vezes no esforço para engolir após os voluntários serem convidados a beber. “Pela primeira vez, encontramos um esforço aumentado após engolir água em excesso, o que significa que eles estavam tendo que superar algum tipo de resistência para fazê-lo”, disse Farrell. “Isso é compatível com a nossa noção de que o reflexo de deglutição é inibido após uma grande quantidade de água ser ingerida”.

 

Ainda, os pesquisadores utilizaram exames de ressonância magnética para medir a atividade cerebral dos participantes no momento em que engoliam. Eles mostraram que a área pré-frontal direita ficava mais ativa quando as pessoas estavam bebendo sob esforço, o que sugere a existência e intervenção dos propostos “inibidores”.

 

Segundo o Dr. Farell, já houve casos relatados de maratonistas que foram orientados a beber certa quantidade de água e acabaram morrendo em determinadas circunstâncias, após terem seguido recomendações desnecessárias. 

 

Ele alerta que beber demais pode aumentar o risco de intoxicação por água, ou Hiponatremia, que ocorre quando os níveis de sódio no sangue se tornam anormalmente baixos. Tal condição pode levar a sintomas como letargia, náuseas, convulsões e até coma.

 

O pesquisador ainda advertiu que algumas pessoas – especialmente os idosos – não devem beber além do suficiente, e que sejam assistidas em relação à ingestão de líquidos.

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