Seis coisas que você não sabia sobre o sono

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Pesquisas e conclusões científicas sobre como o cérebro e o corpo funcionam durante o sono.

 

Muitos estudos analisam como certos processos durante o sono funcionam e como podem afetar a nossa saúde. Além de revelar técnicas para termos um sono melhor, essas pesquisas indicam certas consequências negativas causadas pela insônia ou por noites mal dormidas.

 

Saiba mais sobre uma das atividades mais importantes e necessárias do seu dia:

 

 

Algumas partes do cérebro também adormecem e acordam durante o dia

 

Pesquisadores da Universidade Stanford descobriram que alguns dos ciclos de atividade cerebral vistos durante o sono também existem em pequenas porções quando estamos acordados. Funciona como se pequenas partes do cérebro “pegassem no sono”, involuntariamente, ao longo do dia. A pesquisa identificou que os neurônios “respondem” melhor ao mundo exterior e ficam mais ativos quando precisamos dedicar atenção a alguma tarefa específica.

 

A descoberta sugere que os processos que regulam a atividade cerebral durante o sono podem ter funções importantes no nível de atenção de cada pessoa: “A atenção seletiva é algo parecido com deixar apenas pequenas partes do cérebro acordadas”, resumiu Tatiana Engel, uma das autoras da pesquisa.

 

 

Você pode decorar palavras estrangeiras enquanto dorme

 

Em um artigo publicado no periódico científico Cerebral Cortex, cientistas fizeram testes para descobrir se podemos memorizar palavras estrangeiras durante o estado de vigília. Com um gravador em volume baixo, o grupo de voluntários — que tinham iniciado os estudos de um novo idioma há pouco tempo — dormiu ouvindo algumas palavras específicas da língua.

 

Os pesquisadores também acompanharam outro grupo, que ouviu as gravações acordado. Após um teste, os estudantes sonolentos demonstraram ter resultados muito melhores.

 

A melhor parte é que essa experiência de repetição de palavras durante o sono também parece funcionar com melodias. Em um experimento publicado no periódico Nature Neuroscience, voluntários aprenderam canções básicas de violão e então se dividiram em dois grupos: um deles ouviu a melodia várias vezes enquanto dormia e o outro não. O resultado também indicou melhor desempenho entre os que escutaram a música durante o sono.

 

 

Dormir pouco — ou não dormir nada — pode causar depressão e até câncer

 

Segundo descobertas publicadas em 2015 no livro Sleep and Affect: Assessment, Theory and Clinical Implications (sem edição no Brasil), privar-se de sono pode deixá-lo mais vulnerável a situações estressantes. O estudo complementa resultados anteriores vistos em outras pesquisas, que relacionaram a falta de sono com ansiedade, transtornos de humor e até câncer. Para evitar esses sintomas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que adultos entre 18 e 64 anos durmam, por noite, entre 7 e 9 horas. Idosos acima de 65 devem dormir entre 7 e 8 horas por noite.

 

 

Eletrônicos podem afetar a qualidade do seu sono

 

Telas de notebooks, celulares e tablets podem interferir na qualidade do seu sono. Isso acontece porque elas exibem uma luz azul, que serve como estimulante para o cérebro. Quando seus olhos estão expostos a essa luz, o cérebro passa a produzir menos melatonina, hormônio responsável pelo sono. Por isso, até duas horas antes de se deitar, é melhor deixar de usar esses eletrônicos.

 

 

Seus olhos se movimentam de acordo com o que você sonha durante o sono

 

 

Um estudo publicado pelo periódico Nature Communications revelou que o movimento dos olhos durante o período de sono R.E.M. (rapid eye movement, ou movimento rápido dos olhos) tem relação com o que acontece em nossos sonhos.

 

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv e do Centro Médico de Tel Aviv conduziram uma experiência com 19 pacientes epilépticos, que tiveram eletrodos implantados no cérebro para passar por uma cirurgia de remoção das áreas que causam as crises. Com esse procedimento médico, os cientistas aproveitaram para monitorar a atividade cerebral deles durante o sono e, após 10 dias, concluíram que a reação do cérebro às cenas dos sonhos dos pacientes era a mesma de quando viam novas imagens durante o período em que estavam acordados — por isso os olhos dos participantes também se mexiam quando estavam dormindo.

 

 

Cérebros com sono ignoram metade do mundo

 

Uma pesquisa publicada pela Nature em 2014 sugere que, quando sentimos sono, temos sintomas parecidos com os da síndrome de negligência hemiespacial ou unilateral: o transtorno causado por lesão cerebral faz com que o paciente perca noção de um lado do corpo e o espaço ao redor dele — em casos extremos, a pessoa só consegue comer a comida de um lado do prato ou vestir só uma parte do corpo.

 

No estudo, cientistas pediram que voluntários relaxassem em uma poltrona dentro de uma sala escura. Enquanto ficavam com sono, eletrodos analisavam o tempo de reação de cada um quando sons eram emitidos do lado direito ou esquerdo do corpo. Quanto mais sonolentos, menos alertas os participantes ficavam em relação aos sons tocados do lado esquerdo.

 

“Esses resultados sugerem que nosso cérebro com sono se comporta como o cérebro de um paciente com lesão, que passou por um derrame, por exemplo”, comparou o neurologista da Universidade de Oxford, Masud Husain.

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