Macron e Le Pen passam para o segundo turno na França

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Fonte: VEJA

Macron teria 23,7% dos votos e Le Pen, 21,7%, segundo pesquisas de boca de urna.

 

O centrista Emmanuel Macron e a candidata da extrema direita Marine Le Pen seguem para o segundo turno das eleições presidenciais da França, segundo pesquisas de boca de urna, em uma das corridas eleitorais mais disputadas da história recente do país.

 

Ele teria 23,7% e ela, 21,7% dos votos, de acordo com avaliação de boca de urna do Ipsos/Sopra Steria. 

 

Com 34 por cento dos votos contados, o Ministério do Interior disse que Le Pen liderava com 24,6% dos votos, seguida por Macron, com 21,9%. A contagem inicial de votos inclui principalmente distritos eleitorais rurais, que pendem mais para a direita, enquanto os votos de áreas urbanas são contados mais tarde.

 

O segundo turno está marcado para o dia 7 de maio. Pesquisas de opinião apontam que Macron, numa disputa contra Le Pen, se sairia vencedor e se tornaria o próximo presidente francês. Qualquer um dos dois candidatos fará história: Macron como o presidente mais jovem da França (aos 39 anos) e Le Pen como a primeira mulher chefe de Estado no país.

 

Dos 11 candidatos inscritos na disputa, quatro tinham chances reais de passar ao segundo turno. Além de Macron e de Le Pen, estavam bem cotados Jean-Luc Mélenchon (da extrema esquerda) e François Fillon (conservador).

 

Se confirmado, este resultado representará um revés para os partidos tradicionais que se alternaram no poder durante décadas: o socialista, do presidente em fim de mandato François Hollande, e os conservadores, liderados por Fillon.

 

A vantagem de Macron contra Le Pen no segundo turno também significa um alívio para a União Europeia (UE). Macron, ex-ministro da Economia do presidente Hollande, fez uma campanha com um programa abertamente europeísta e liberal.

 

Já no caso de vitória de Le Pen, a França ampliaria ainda mais as incertezas em torno da UE, devido à defesa por parte da candidata da saída da zona do euro –um golpe fatal a um bloco já enfraquecido pelo Brexit.

 

A ultradireitista se beneficiou da mesma onda populista que impulsionou a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, com um programa centrado no “patriotismo” e na “preferência nacional”.

 

Às 17h (meio-dia em Brasília), 69,42% dos franceses tinham votado, um número ligeiramente inferior às eleições presidenciais de 2012, quando nessa mesma hora 70,59% já tinham depositado os votos.

 

Embora os institutos de pesquisa de opinião tivessem previsto nos últimos dias uma abstenção superior à das duas últimas edições, cerca de 30% do eleitorado, a expectativa era que, desta vez, a participação se aproximasse dos 80%.

 

As urnas foram fechadas às 19h locais (14h de Brasília) em boa parte do país; grandes cidades estenderam o voto até às 20h locais.

 

Na reta final da campanha, o grande tema foi a segurança, já que o país foi alvo de um novo atentado terrorista cometido na noite da quinta-feira 20, na Avenida Champs-Elysées, no centro de Paris. Um policial morreu no ataque cometido por um criminoso reincidente, que foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico.

 

A votação na França ocorre sob forte esquema de segurança. Mais de 50 mil policiais de militares e civis estão nas ruas e seções eleitorais para proteger os eleitores.

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