Navegue nas redes sociais sem botar a saúde em risco

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Fonte: Saúde Abril

Cada vez mais conectados, encurtamos distâncias, ganhamos tempo e fazemos amigos. Mas, sem bom senso, já tem gente pagando um preço: o bem-estar.

 

Imagine a cena: você está mergulhando nas Bahamas e, de repente, dá de cara com um tubarão. O que faria? Fugiria dali o mais depressa possível, ficaria imóvel para despistar o bicho ou tiraria uma foto dele para postar no Facebook? Parece piada, mas a história aconteceu com o jornalista Daniel Sieberg. Em vez de temer pela própria vida, o canadense de 45 anos lamentou não ter levado seu smartphone para registrar o encontro. De volta à terra firme, Sieberg começou a desconfiar de que algo estava errado.

 

Foi quando impôs a si mesmo uma rigorosa “dieta digital”, que culminou com oito meses desconectado das redes sociais. A experiência estimulou o jornalista a escrever The Digital Diet (“A Dieta Digital”, ainda inédito no Brasil) e a bolar um Índice de Massa Virtual para avaliar se o uso que as pessoas fazem da internet é saudável ou não. “Não dá mais para viver sem tecnologia. Mesmo assim, para não ter recaídas, tomo alguns cuidados: não levo o celular para o quarto, não atendo ligações na hora das refeições e, sempre que posso, privilegio o real em vez do virtual”, declara.

 

Sieberg está coberto de razão quando diz ser difícil escapar desse mundo movido a celular, tablet, computador e outros aparelhos. Segundo a consultoria Strategy Analytics, o número de indivíduos conectados a redes sociais em dezembro de 2015 bateu na casa dos 2,2 bilhões, algo em torno de 31% da população mundial. A campeã de usuários é o Facebook (1,4 bilhão), seguido de WhatsApp (1 bilhão) e Messenger (900 milhões). Por aqui, oito em cada dez internautas têm perfil na rede criada por Mark Zuckerberg. Os brasileiros estão entre os maiores aficionados de redes sociais do planeta. Somos 93,2 milhões de usuários ativos que gastam 650 horas por mês navegando nessas mídias.

 

 

E a saúde com isso?!

 

Ficar tempo demais nesse mar digital pode ser nocivo à saúde, como alertam novos estudos. O uso obsessivo de mídias sociais começa a ser associado a males físicos, como ganho de peso e problemas de coluna, e transtornos mentais, caso de ansiedade e depressão.

 

Uma pesquisa da Universidade de Ulster, na Irlanda do Norte, indica que a overdose de Twitter, Instagram e Snapchat, entre outras, patrocina uma vida sedentária. Dos 353 estudantes que responderam a um questionário on-line sobre o tempo gasto nas redes e em exercícios físicos, 65% admitiram que não praticam tanto esporte quanto gostariam. “Se você está boa parte do dia nas mídias sociais, pode ter certeza de que outras atividades serão negligenciadas. No futuro, o preço a pagar será alto: obesidade, diabete e doenças cardiovasculares”, avisa a psicóloga e coordenadora do trabalho Wendy Cousins.

 

Os prejuízos de levar uma rotina exageradamente on-line são até mais imediatos na saúde mental. Quanto mais tempo ficamos conectados, maior o risco de desenvolver sintomas de depressão, constata um experimento da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Para chegar a tal conclusão, a equipe do médico Brian Primack monitorou a vida digital de 1 800 internautas, entre homens e mulheres de 19 a 32 anos.

 

Em média, os voluntários gastavam 61 minutos por dia e acessavam as redes 30 vezes por semana. Entre o grupo que apresentou maior quantidade de acessos semanais, a probabilidade de sentir-se deprimido era três vezes maior. “As pessoas que passam muito tempo nas mídias sociais tendem a ser mais ansiosas e depressivas. Por ora não dá para estabelecer uma relação de causa e efeito, mas é preciso refletir: é o internauta quem usa as redes sociais ou são as redes sociais que usam os internautas?”, provoca Primack.

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