Tempo mais frio causa muitos problemas nos olhos

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Conjuntivite e síndrome do olho seco são as doenças mais comuns no Outono e no Inverno.

 

No frio, não é estranho que o olho comece a coçar, arder ou dar a sensação de que está raspando a cada piscada. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de São Paulo, algumas doenças oculares chegam a triplicar nesta época do ano, acompanhando a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que relaciona o frio ao aumento das doenças respiratórias como gripe, resfriado, asma, rinite e sinusite.

 

O médico esclarece que as principais doenças que acometem a visão no Outono e no Inverno são a conjuntivite viral, a síndrome do olho seco, a alergia, a piora do ceratocone (doença na córnea) e até o desenvolvimento de doenças mais graves, como glaucoma e catarata, devido ao uso indiscriminado de medicamentos.

 

 

Conjuntivite

 

O médico explica que, no frio, a maior proliferação de vírus no ar faz com que as aglomerações em ambientes fechados representem um risco maior para a saúde dos olhos. Isso porque favorece a transmissão da conjuntivite viral. A doença, como mostra o oftalmologista, é uma  inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a face interna das pálpebras e a esclera, parte branca do olho. Pode acontecer em qualquer idade e tem como principal meio de transmissão as mãos, o compartilhamento de equipamentos eletrônicos e objetos pessoas. Os principais grupos de risco são os idosos, que têm um sistema imunológico mais frágil, e as crianças, por terem a imunidade ainda em desenvolvimento.

 

Os sintomas são: pálpebras inchadas, vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, secreção transparente e fotofobia (aversão à luz). A dica do médico para diminuir o desconforto visual é usar óculos escuros nas atividades externas. Quando a alteração ocular é acompanhada por febre, manchas na pele, dor periocular, nos músculos e articulações, pode sinalizar dengue, zika ou H1N1.

 

Queiroz Neto afirma que o tratamento da conjuntivite é feito por meio de compressas geladas, lubrificação intensa e colírios anti-inflamatórios que só devem ser usados com indicação e supervisão médica.

 

As principais dicas do oftalmologista para prevenir a conjuntivite viral são: lavar as mãos com frequência; evitar locais mal arejados; não levar as mãos aos olhos; não compartilhar colírio, maquiagem, teclados, fronhas e toalhas.

 

 

Síndrome do olho seco

 

Coceira nos olhos, vermelhidão, visão borrada que melhora com o piscar, aversão à luz e desconforto após ver TV, ler ou usar o computador são as queixas de duas em cada 10 pessoas que consultam os oftalmologista durante o frio. Segundo Queiroz Neto, esses são os sintomas da síndrome do olho seco, uma alteração na qualidade ou quantidade da lágrima que, nesta época do ano, dobra por causa da baixa umidade e do aumento da poluição no ar. A disfunção também pode ser desencadeada pelo uso de ar-condicionado, uso excessivo de aparelhos eletrônicos e pelas lentes de contato.

 

Conforme o médico, para aliviar os sintomas do olho seco é indicado o uso de lágrima artificial. "Existem várias formulações desse tipo de colírio. Por isso, também deve ter indicação e acompanhamento médico", esclarece o especialista. Em alguns casos, a deficiência de lágrima é tão severa que é necessário implantar um plugue no canal lacrimal para manter a lágrima na superfície ocular.

 

 

Prevenção do olho seco:

 

- Evitar ambientes climatizados sempre que possível;

 

Piscar voluntariamente quando estiver usando computador e outras tecnologias;

 

Proteger os olhos do vento, poeira, fumaça e cosméticos;

 

- Incluir nas refeições alimentos ricos em vitamina A, como cenoura e mamão, e frutas cítricas, que fontes de vitamina C, além de produtos que contenham ômega-3, como a sardinha, bacalhau e semente de linhaça.

 

 

Alergias

 

De acordo com  a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia, as alergias atingem 30% dos brasileiros. A previsão da OMS é de que, até 2050, metade da população tenha algum tipo de reação alérgica. Queiroz Neto esclarece que estudos indicam que seis em cada 10 alérgicos manifestam a doença nos olhos. Isso porque, no frio, a diminuição da lágrima faz o sistema imunológico do alérgico entender que é necessário produzir mais anticorpos para proteger os olhos das agressões externas. Com isso, surge a conjuntivite alérgica.

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