Casal sul-mineiro conta como o amor impulsionou sonho de viajar pelo mundo

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Fonte: G1

Jornalista e gestor de logística se conheceram em Pouso Alegre e descobriram uma nova vida juntos.

Matéria extraída do G1

 

Quando Cezar e Leidiana se encontraram pela primeira vez era uma sexta-feira. Foram para uma balada quase arrastados pelos amigos. Foi no fim da festa que os olhos deles se cruzaram. Desde aquela madrugada de 2013, nunca mais deixaram de sair juntos ou querer a companhia um do outro. A paquera virou namoro, que virou casamento, que impulsionou planos adormecidos. Como diz a sabedoria popular, o amor deu asas ao casal de Pouso Alegre, hoje viajante pelo mundo.

 

"Foi tudo acontecendo. Não teve um pedido oficial de namoro. Não tinha que oficializar nada porque a gente não quis parar de se ver. No outro dia [depois de se conhecerem], ele me ligou e a gente saiu. Com seis meses, ele me pediu em casamento. Eu achei até que ele estava brincando, mas eu aceitei", conta Leidiana Palma Brito,de 32 anos."Meu sonho sempre foi conhecer Paris [França] e, quando a gente namorava, ele me disse que um dia ia me levar. Eu disse que, se ele me levasse, eu casava com ele. E ele me levou mesmo", relembra entre risos.

 

A romântica viagem, com direito a passeio pela Torre Eiffel, aconteceu no aniversário de dois anos de casamento, em 2016. Os mineiros haviam chegado à Irlanda, para um intercâmbio, em dezembro de 2015, país onde moram atualmente, mas na lua de mel já tinham ido à Argentina, na primeira viagem internacional dos dois. Irlanda do Norte, Inglaterra e Itália foram outros itinerários do casal em 1 ano e meio de vida na Europa.

 

Casal do Sul de Minas usou amor como impulso para realização de sonhos.

 

 

Realizando sonhos adormecidos

 

Até se conhecerem, a vida dos pousoalegrenses era bem diferente. Leidiana trabalhava como jornalista e Cezar Augusto dos Santos Brito, de 37 anos, era gestor de logística, mas tinha formação de cabeleireiro também, área em que atuou. A vida a dois trouxe novas perspectivas tanto para a vida pessoal quanto para a carreira profissional.

 

Cada detalhe do casamento foi organizado pela jornalista- até os enfeites de mesa foram criados artesanalmente por ela. Leidiana descobriu, assim, o talento para cerimonialista. O gestor se apaixonou por fotografia e resgatou o gosto pela área de cabeleireiro e barbeiro. Na Irlanda, eles despertaram para o empreendedorismo.

 

"Sempre quis fazer intercâmbio e, quando terminei a faculdade, os colegas me convidaram para ir. Hoje, analisando, eu vejo que naquela época era bem mais viável, financeiramente falando até, e eu tinha acabado de terminar a faculdade, não tinha nenhum vínculo, era mais barato e eu não vim. Dez anos depois que realizei o meu sonho de fazer intercâmbio. Às vezes eu me pergunto por que eu não fiz isso antes. Eu acho que é porque a gente tinha que viver essa aventura junto", diz Leidiana.

 

Leidiana e Cezar em Dublin, na Irlanda. 

 

Cezar, que também deixou guardado o desejo de conhecer o mundo, concorda. Os planos da adolescência ficaram de lado e foram resgatados ao lado da esposa. "Eu queria tirar cidadania italiana, ela queria conhecer a França, decidimos fazer isso juntos."

 

Atuando fora da área de formação na Irlanda, a dupla se reinventou. "A Leidi está se redescobrindo. A gente tem hoje uma perspectiva de vida completamente diferente da que tinha aí. Mudou muito a cabeça porque a gente vivia em uma bolha no Brasil e, dentro desse sistema, no que a gente acreditava a gente tava buscando", observa Cezar.

 

"Eu fui jornalista durante seis anos em Pouso Alegre e, com o casamento, eu descobri outro dom, que era o de trabalhar com organização de festas e casamentos. Mas a gente veio para a Irlanda e está se redescobrindo, a gente está com outras ideias. Não sei mais se quero continuar trabalhando com jornalismo e cerimonial. A gente quer abrir o próprio negócio", revela Leidiana.

 

Leidiana e Cezar se casaram em Pouso Alegre, em 2014 e atualmente vivem em Dublin, na Irlanda.

 

 

E a vida a dois?

 

"A vida a dois é cheia de desafios porque são pessoas criadas com famílias diferentes e, quando elas se unem, cada um tem as suas manias", admite a pousoalegrense. "Mas eu acho que o que mais vale a pena em abrir mão de algumas coisas em prol do relacionamento está nos momentos bons e felizes, quando você precisa de uma ajuda, a pessoa está ali sorrindo, estendendo a mão, o companheirismo. E a gente se diverte junto, viaja, eu dou muitas risadas das bobeiras dele e ele das minhas. Eu acho que a gente se completa nisso. A gente tem os mesmos objetivos e a gente luta junto, se diverte junto. Se cada um caminha em direção oposta, não faz sentido ficar junto."

 

Para o marido, é difícil pensar em uma vida separada da mulher que o conquistou há quatro anos.

 

"Quando eu penso no desafio que é estar junto, eu também penso no que vai ser de mim se eu não tiver a Leidi como companheira, se não tiver ela para tirar sarro de mim ou dela mesma- que é uma das coisas que mais gosto nela, de fazer piada da vida. O que vai ser de mim sem essa pessoa maravilhosa que se preocupa comigo, com tudo em casa, com a gente junto? Eu não quero isso, deixar de ter o que eu vivo com ela, de ter a pessoa linda que ela é- porque ela é linda por dentro e por fora."

 

Cezar e Leidiana em um dos passeios no exterior: casal contou ao G1 como amor mudou a vida de cada um.

 

 

Para encontrar um amor, tem segredo?

 

"Eu sei a resposta", ri Cezar. "A dica é a seguinte: quando você encontrar uma pessoa, nunca seja egoísta de querer receber dela as coisas, mas faça para ela aquilo que ela gostaria de receber, porque, quando você dá, você está completando. A gente tem mania de procurar nas pessoas aquilo que a gente gostaria pra gente e a gente peca muito nisso, porque aí as pessoas nunca são suficientes para a gente".

 

"Eu acho que a gente não tem que ficar procurando a pessoa perfeita porque todos nós temos os nossos defeitos. Quando surge aquela pessoa que balança o coração, que é aquela pessoa que você estava procurando, a gente tem que se entregar e dar o melhor do que a gente pode, que o resto surge naturalmente. A gente tem que viver a vida real da gente, que tem altos e baixos, momentos triste e felizes, o que diferencia é como a gente resolve levar a vida a dois", segreda Leidiana.

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