Para aliados, Nuzman foi vítima de traição no COB

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Fonte: TERRA

O novo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Paulo Wanderley, não tinha ideia da repercussão interna de uma frase sua, durante entrevista coletiva na tarde de quarta (11), na sede da entidade, no Rio, minutos depois da renúncia de Carlos Arthur Nuzman. Ele afirmou que o sentimento no COB era de “alívio” com a decisão de Nuzman se afastar definitivamente do cargo.

 

Para funcionários mais antigos do comitê e até alguns presidentes de confederações que tinham participado minutos antes de assembleia no COB, a declaração de Wanderley pontuou sua estratégia de se desvincular ao máximo de Nuzman, embora tenha sido eleito como vice na chapa do dirigente, em eleição realizada em outubro do ano passado.

 

“O discurso dele é de quem diz que vai começar do zero. Ora, ele era parte integrante do todo e agora lava as mãos”, protestou ao Terra um dos aliados de Nuzman, alto funcionário do COB, ao lado de um presidente de confederação, que endossou a crítica.

 

“Que o momento exige mudanças não há dúvida. Mas é preciso saber conduzir isso com grandeza. O que se viu aqui foram manifestações que traem a relação que Nuzman mantinha com todos”, disse o dirigente de confederação, pedindo anonimato e garantindo que sua opinião era compartilhada por outros colegas.

 

O tom austero de Wanderley na entrevista era adequado às circunstâncias, mas o desconforto entre diretores do COB presentes ao auditório da entidade era visível a cada resposta do novo presidente sobre escândalos que levaram Nuzman à prisão.

 

“Posso garantir que não entrarei para nenhuma lista de dirigentes envolvidos em irregularidades, em atos ilícitos. Isso é um compromisso que assumo diante de todos”, ressaltou Wanderley, que conversou com os jornalistas por quase meia hora, mesmo depois de encerrada a entrevista coletiva.

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