Sírio-Libanês reafirma que advogado de Lula não visitou Glaucos em 2015

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Fonte: O GLOBO

Informação contradiz depoimento do dono do apartamento usado pelo ex-presidente.

 

O Hospital Sírio-Libanês reafirmou em ofício enviado nesta sexta-feira à 13ª Vara Federal em Curitiba não haver registros da entrada ou internação na unidade do advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira, durante o segundo semestre de 2015.

 

Foi a segunda vez que o juiz solicitou informações ao hospital para checar detalhes do que disse Glaucos da Costamarques, dono de um apartamento usado por Lula em São Bernardo do Campo, em depoimento à Justiça.

 

Ao juiz Sergio Moro, Glaucos disse ter se encontrado com Roberto Teixeira em 2015, quando estava internado no Sírio para tratar de um câncer na tireoide. Na ocasião, em meio ao avanço das investigações da Lava-Jato, o advogado do ex-presidente o teria informado que Lula passaria a pagar pelo aluguel do apartamento, por meio de transferências bancárias.

 

Segundo o proprietário, até aquele momento, não teria havido pagamentos da despesa, o que o ex-presidente nega.

 

Interrogado por Moro, Roberto Teixeira disse ter se encontrado com Glaucos no hospital, mas não em 2015, e sim em 2016, quando ele, Teixeira, estava internado na unidade de saúde.

 

Ao ser questionado anteriormente sobre o tema, a assessoria do Sírio-Libanês havia informado que apenas o contador de Teixeira, Muniz Leite, visitou Glaucos no hospital em 2015. Na ocasião, ele teria levado recibos de aluguel para que o dono do apartamento os assinasse, de acordo com o depoimento de Glaucos.

 

 

Ligações telefônicas    

 

Nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou a Moro um relatório com ligações telefônicas feitas entre Teixeira e Glaucos, entre novembro e dezembro de 2015. Para o MPF, esta seria uma prova de que os dois mantiveram contato no período que teria marcado o início do pagamento dos aluguéis.

 

Em nota divulgada nesta sexta, o advogado Cristiano Martins, que defende Lula nos processos da Lava-Jato, acusou o MPF de apresentar relatório com informação sobre as ligações por "possivelmente" já conhecer a resposta do Sírio-Libanês. "A Lava-Jato muda os fatos para acusar o ex-presidente Lula à medida que vai sendo desmentida", afirmou Martins.

 

Lula comprou o apartamento 122, onde mora, em 2000. Durante o período em que foi presidente, o governo federal alugou o imóvel vizinho, de número 121, para ser usado por agentes que cuidavam de sua segurança. Entre 2011 e 2015, o ex-presidente declarou à Receita ter pago R$ 236.100 em aluguéis a Glaucos.

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