Crimes passionais em série chamam atenção das autoridades no Sul de Minas

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Fonte: G1

Só nos primeiros 15 dias de outubro, foram quatro crimes de grande repercussão na região, envolvendo relacionamentos amorosos.

 

Matéria extraída do G1

 

Os crimes passionais têm chamado a atenção no Sul de Minas. Só nos primeiros 15 dias do mês, foram pelo menos quatro casos de repercussão. A polícia diz que é difícil prevenir esse tipo de crime, mas orienta que denunciar as agressões ainda é a melhor maneira de se proteger.

 

"O crime passional tem envolvido um sentimento, geralmente um sentimento já pervertido, pela falta de anuência de uma das partes no relacionamento amoroso. O crime passional deriva de paixão, a gente pode dizer que deriva mais do sentimento de posse dentro de um relacionamento", disse o delegado Rafael Arruda.

 

Em Bom Repouso, o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Ederson dos Santos, assassinou o mecânico Ederson Rabuske, de 25 anos, que mantinha um relacionamento com a ex-namorada do vereador, que não aceitava o fim do relacionamento. Ele responde ao crime em liberdade.

 

Em Poços de Caldas, um homem também matou por não aceitar o fim de um relacionamento. Claudinei Paulo dos Santos assassinou Wesley Antônio Reis e tentou matar a ex-namorada Joice Cristina Santos Reis porque não aceitava ela ter reatado com o marido. Claudinei fugiu, mas foi detido e aguarda julgamento.

 

"Temos que analisar de maneira concreta e objetiva, se aquele acusado coloca em risco a ordem pública, caso venha a responder o processo em liberdade, se ele coloca em risco a boa investigação ou a boa tramitação de uma ação penal e por fim, se ele coloca em risco a aplicação de eventual sanção, de eventual pena", disse o advogado criminalista Négis Rodarte.

 

Já em Pouso Alegre, um relacionamento conturbado terminou em morte. Leonardo Leão Melo, de 29 anos, levou uma facada no peito da namorada Olívia Maggiotti, de 24 anos. O casal estava na casa dela onde teria acontecido uma discussão. Olívia chegou a ser presa, mas vai responder ao crime em liberdade.

 

Em São Sebastião do Paraíso, um jovem de 19 anos matou a namorada de 17 a facadas. Ele fugiu, mas se entregou após o flagrante. Para a polícia, ele disse que foi ameaçado pela namorada e apenas se defendeu.

 

"Ele alegou que conseguiu retirar a faca das mãos de Laiane e golpear a esmo, de forma sem querer a Laiane, que foi atingida por sete facadas", disse o delegado Thiago Bordini.

 

Segundo a Polícia Militar, é difícil evitar esse tipo de crime. "Às vezes pessoas que você menos esperava acontecer, de praticar esse tipo de crime, ele é complexo por isso, porque ele envolve paixão, amor, ódio, porque entre o amor e ódio ali há uma linha muito tênue, então ele é um tipo complexo de crime por isso", disse o tenente da Polícia Militar, Edson Luís de Sá.

 

Por ser um crime difícil de prevenir, a Polícia Civil orienta sempre que a vítima faça um boletim de ocorrência. Isso porque, na maioria das vezes, o suspeito faz ameaças à vítima antes de cometer o crime.

 

"Nós sempre vislumbramos uma série de ameaças anteriores, visitas inadequadas, violações de domicílio no período noturno, injúrias, são vários delitos de gravidade menor que são cometidos em conjunto e isso propicia talvez ao agressor a coragem de cometer um crime mais grave como o homicídio", disse o delegado Rafael Arruda.

 

No caso de Bom Repouso, a ex-namorada do vereador foi ameaçada várias vezes. "Não tinha como andar sozinha na rua, com medo dele fazer alguma coisa, e ele ficava rondando a minha casa, dos meus parentes, mas ninguém imaginava que ele iria fazer isso", disse a comerciante Fernanda Caroline Brandão.

 

Segundo o delegado, mesmo denúncias simples, como uma agressão verbal, podem gerar uma medida protetiva.

 

"Quantas forem as importunações, a vítima deve comparecer à delegacia. Se ameaçou hoje, ameaçou amanhã, depois de amanhã, todos os dias a vítima precisa comparecer para que os órgãos do sistema de Justiça Criminal possam atuar", disse Arruda.

Compartilhe essa matéria: