Publicado por Tv Minas em 26/02/2021 às 16h05
Um crime bárbaro chocou a população de Ponte Nova, na Zona da Mata mineira. A mãe e a avó de um recém-nascido são suspeitas de assassinar com facadas e enforcar com um fio de carregador de celular, o bebê que tinha acabado de nascer.
O crime foi descoberto na noite desta quinta-feira (25/2), quando uma menina de 12 anos deu entrada no Hospital Nossa Senhora das Dores, depois de supostamente ter sofrido complicações de saúde após ser submetida a um parto caseiro.
A mãe da menina, uma senhora de 49 anos, levou a filha e o neto (bebê recém-nascido) ao hospital, alegando que a filha havia sofrido as complicações em decorrência deste parto, em sua casa, e que também havia causado lesões na criança.
A equipe médica do hospital estranhou o fato de o bebê apresentar ferimentos incomuns a um recém-nascido, ocasionados durante os procedimento de um parto, como cortes profundos e hematomas. A Polícia Militar foi acionada e os militares constataram que os ferimentos haviam sido causados por um objeto cortante.
Durante a conversa de mãe e filha com os policiais, foram constatadas diversas contradições, mas com fortes indícios de que o crime havia sido arquitetado pela avó do recém-nascido. Diante dos fatos, a mãe da menina e avó do bebê foi encaminhada à Delegacia de Polícia Civil, onde confessou o crime.
A mãe do bebê, que tem 12 anos, disse que foi ela quem esfaqueou e enforcou o filho. A avó deu várias versões contraditórias sobre o crime. Ela disse que não sabia da gravidez da filha e que não ajudou no parto, mas depois testemunhas relataram que ela auxiliou o nascimento do neto.
De acordo com o boletim de ocorrência, a menina de 12 anos namorava um adolescente de 16 anos, desde meados do ano passado, com autorização da mãe dela. A garota ficou grávida, mas relatou não saber da gestação. Ela sentiu cólicas nos últimos dias, mas disse que acreditava que fossem menstruais. A mãe deu remédio para ela e pediu que ela tomasse para ver se melhorava.
A adolescente contou que, nesta quinta-feira, estava em seu quarto, quando as dores aumentaram e ela começou a ter sangramentos. Ela disse que logo depois viu que o bebê estava nascendo. A menina contou ainda que tirou o filho sozinha e que sua mãe, ao chegar no quarto e ver a cena, saiu pela rua correndo e gritando por socorro.
Nesse momento, a mãe do recém-nascido, disse que pegou uma faca na cozinha e esfaqueou o bebê. Ela também o enforcou com um fio de carregador de celular e só parou com as agressões quando vizinhos chegaram à casa dela. A garota argumentava o tempo todo com os militares que agiu sozinha e que a mãe dela não tinha culpa de nada. "A má aqui sou eu, se minha mãe tivesse me ajudado ela estaria cheia de sangue", disse aos policiais.
O bebê foi socorrido para o Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova, onde foi atendido, mas não resistiu. Os médicos disseram que era impossível a menina ter feito o parto sozinha e que também era impossível ela não ter percebido que estava grávida por causa do tamanho da barriga e da movimentação fetal.
Diante da afirmação, a menina confessou que a mãe a ajudou a tirar o bebê. "Peguei ele das mãos dela (da mãe) e acho que, sem querer, bati com a cabeça no puxador da cômoda. Ai minha mãe saiu correndo gritando os vizinhos. Eu fiz aquilo lá, tentei cortar o pescoço do neném e tentei sufocar com o fio do celular, só que quando minha mãe voltou com os vizinhos eu parei de fazer", contou a garota, no boletim de ocorrência.
Segundo a polícia, após todas as versões contraditórias, a adolescente também assumiu que a avó do bebê a ajudou no crime. "A menor confessou que a mãe (da adolescente) teria a ajudado, não só no parto, como também elas atacaram a criança logo após o nascimento com uma faca de cozinha e ainda tentaram enforcar a criança com um fio de carregador de celular", informou o sargento Vinicius Alcântara.
Avó continuou negando crime
A mulher de 44 anos continuou a dizer que não sabia da gravidez da filha, mas relatos da namorada dela e da filha estão em contradição com o que ela diz. A menina contou aos militares que a mãe a ameaçava, caso ela engravidasse, dizendo que iria mandar a filha para morar com o pai, coisa que a adolescente não queria.
A namorada da mulher mais velha também contou que percebeu a gravidez da garota e questionou a companheira, mas a suspeita se irritou, começou uma briga e mandou a namorada cuidar das próprias filhas.
Aos policiais, a suspeita disse que percebeu apenas que a filha estava engordando, mas não sabia da gravidez e que achou que as cólicas fossem menstruais. Ela alega também que não percebeu atraso na menstruação da adolescente.
Apesar da garota também afirmar que não sabia que estava grávida, o namorado dela contou que há cerca de seis meses, ela disse sobre a gravidez e pediu que ele comprasse remédio para abortar. O adolescente se negou a efetuar a compra e também não contou a ninguém sobre a gestação.
Vizinhas ajudaram no socorro
Quando a mulher começou a gritar na rua, vizinhas entraram na residência e embrulharam a criança em uma coberta. As testemunhas relataram que tinham percebido que a adolescente estava grávida, ao ver ela na rua, dias antes do crime.
Disseram também que não perceberam que o recém-nascido estava ferido no pescoço e que se preocuparam em acionar os bombeiros e socorrer a criança, que foi levado junto com a adolescente para o hospital.
Suspeita alterou cena do crime
Logo após o crime, a suspeita de 44 anos começou a mandar áudio de Whatsapp para contar para várias pessoas o que tinha acontecido. Ela também pediu ajuda da namorada e as duas colocaram para lavar toda a roupa de cama que ficou com marcas de sangue.
Por causa das versões contraditórias, a mulher foi presa. A namorada dela também foi detida por alterar a cena do crime. A Polícia Civil foi acionada e realizou os trabalhos de investigação no local.
O pai do recém-nascido, um adolescente de 16 anos, também foi levado para a delegacia como suspeito do crime de estupro de vulnerável.
A adolescente ficou internada já que passou por um parto de alto risco e estava muito ferida. O Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso e a adolescente ficou sob escolta policial.
A Polícia Civil está investigando o caso.
Assista ao vídeo: