Mais de 96% das cidades mineiras não têm estoque de Coronavac para segunda dose

Publicado por Tv Minas em 06/05/2021 às 22h05

Fonte: O TEMPO

De acordo com levantamento da SES-MG, há necessidade de 371.898 unidades para cobrir esquema com duas doses da vacina contra Covid fabricada pelo Instituto Butantan.

Entre os 853 municípios mineiros, 830 não têm mais estoques de Coronavac para a aplicação da segunda dose, ou seja, 96,8% das cidades do Estado. O levantamento foi realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que enviou aos municípios o formulário para preenchimento referente ao quantitativo de doses necessárias para completar o esquema vacinal.

Segundo a pasta, foi identificada uma necessidade para cobrir esquema com duas doses da vacina contra Covid de 371.898 unidades. Somente em Belo Horizonte, são necessárias quase 80 mil doses para completar o esquema vacinal de idosos com idades entre 64 e 67 anos. 

Para pressionar o Ministério da Saúde, o Governo de Minas irá enviar ofício ao Programa Nacional de Imunização (PNI), solicitando recomposição dos imunizantes relativos à segunda dose para os municípios afetados.

A SES-MG afirmou instrui os municípios sobre a aplicação das vacinas conforme a orientação do Ministério da Saúde. O problema é que a própria pasta incentivou os municípios a não mais estocarem imunizantes, deixando confusa qual era a verdadeira orientação sobre o estoque da segunda dose.

No início da vacinação contra a Covid, em janeiro, a orientação era clara: o município devia guardar metade das doses recebidas de Coronavac para a aplicação da segunda etapa da imunização, entre 14 e 28 dias após a primeira.

Em março, o ministério orientou as prefeituras a usar todo o estoque, sem se preocupar com a segunda dose. Poucos dias depois, mudou a orientação novamente, pedindo que as vacinas voltassem a ser estocadas, mas muitas prefeituras em todo o país deixaram de guardar os imunizantes, para poder acelerar a vacinação da população.

A Coronavac não chegou aos municípios da maneira esperada porque houve atraso na chegada de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) ao Instituto Butantan, fabricante no Brasil da vacina desenvolvida na China.

A instituição afirma que já cumpriu o primeiro contrato com o Governo Federal, entregando 46 milhões de doses. Nesta quarta-feira, o Butantan enviou a primeira remessa do segundo contrato – 1 milhão das 54 milhões de doses que devem ser entregues até agosto. Outras 3 milhões devem ser enviadas ao ministério na próxima semana.

Se 10% das unidades de Coronavac entregues essa semana forem enviadas a Minas – considerando a proporção populacional – faltarão ainda mais de 270 mil doses para completar a imunização de quem aguarda a segunda aplicação no Estado.

Vale destacar que a aplicação da segunda dose após 28 dias não interfere na eficácia da vacina, segundo especialistas. 

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