Após 15 horas em poder de sequestrador, menino de 7 anos e jovem são libertados

Publicado por Tv Minas em 22/09/2022 às 10h55

Fonte: O Tempo

Leandro Mendes Pereira foi morto por atirador de elite da Polícia Militar. As vítimas não ficaram feridas.

A polícia matou nesta manhã o homem que mantinha uma criança de sete anos e um jovem reféns em Belo Horizonte. Leandro Mendes Pereira invadiu a casa da ex-companheira na noite desta quarta-feira (21). As vítimas não ficaram feridas.

As negociações não evoluíram e ele foi executado com um disparo por um sniper, que é um atirador especializado. 

Segundo a porta-voz da Polícia Militar, Layla Brunella, Leandro fez exigências que não poderiam ser atendidas.

"Fez demandas que não podiam ser atendidas, que colocariam outras pessoas em risco, como a presença da ex-companheira no local", disse.

As negociações duraram mais de 15 horas. De acordo com a Major Layla, o homem ameaçava matar a criança e por esse motivo foi necessário recorrer ao sniper. "A gente lamenta muito, pois não era o desfecho que a gente gostaria, mas foi o possível. Queríamos tirar os três com vida, mas esse criminoso que opta por fazer uma situação como essa", disse. 

Por volta das 10h15, um atirador de elite da Polícia Militar matou Leandro. O jovem e a criança foram retirados da casa em seguida. O menino foi levado para os pais que esperavam em um carro da polícia militar.

 "A criança está bem, calma, já teve contato com o pai. Está bem, está tranquila, mas como eu falei, é muito pequeno, não tem noção da gravidade. O psicológico precisa ser trabalho, mas a parte física está tranquila", disse.

Leandro foi morto por atirador da PM — Foto: Reprodução/TV GloboLeandro foi morto por atirador da PM.

 

‘Ação legítima’, avalia especialista 

O especialista em segurança pública Vinícius Domingues Cavalcante avalia que a execução é uma “ação legítima” nos casos em que o sequestrador ameça a integridade física dos reféns. Segundo a Polícia Militar, as negociações estavam difíceis e o homem havia dito que só deixaria o local morto.  

“A execução é opção no caso do comandante da operação detectar que existe um ânimo real de ferir os reféns ou do individuo não se entregar de verdade. Se perceberam o risco e que havia possibilidade de comprometimento da integridade dos reféns é correto”, afirmou.

 

O caso

Leandro foi à casa da ex-companheira, de 25 anos, durante a tarde de quarta-feira (21). A residência fica no bairro Parque São Pedro, na região Norte de Belo Horizonte. Ele estava armado quando tentou abordar a mulher, que estava acompanhada do filho e de um casal de amigos. Um vizinho viu a confusão e entrou na frente de Leandro. As duas mulheres conseguiram fugir, mas criança e o jovem foram sequestrados por ele. 

A residência onde eles estão possui difícil acesso, segundo a Polícia Militar. Além dos policiais militares, agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais estão no local. As negociações são acompanhadas pela mãe e pelo pai da criança. Durante a madrugada, a mulher chegou a passar mal.

 

Sequestrador foi preso por matar ex em 2008

Leandro Mendes Pereira, que fez criança de 7 anos e um homem de 23 reféns por mais de 15 horas, já foi preso por homicídio. Em 2008, ele matou a ex após não aceitar o fim do relacionamento. Ele cumpria a pena pelo crime, mas estava sob liberdade condicional.

O crime aconteceu no bairro Maria Goretti, Região Nodeste de Belo Horizonte. De acordo com as informações do boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM), desde o fim da relação com a vítima, Leandro enviava cartas com ameaças.

Inconformado com o término do namoro, tentou asfixiar a ex-companheira e, ao ver que ela continuava viva, a enforcou com o sutiã. Depois de assassiná-la, ainda colocou um rato morto na boca dela. Pelo crime, ele foi preso e condenado.

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), Leandro estava preso até junho de 2016, quando passou a cumprir a pena em regime aberto.

Testemunhas contaram que o casal se separou há dois meses e o conflito começou porque o homem não aceitava o fim do relacionamento. Eles são primos.

 

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