Queijo de cidade sul-mineira é eleito melhor do mundo em concurso na França

Publicado por Tv Minas em 18/09/2021 às 15h05

O queijo foi eleito pela 2ª vez consecutiva e produtora celebra: 'tantas emoções'.

Produtores de queijo de Minas Gerais conquistaram 40 medalhas entre as 57 conferidas a queijos brasileiros, no concurso Mondial du Fromage et des Produits Laitiers (Mundial de Queijos e de Produtos Lácteos), realizado na França.

A competição, organizada pelo Guilde Internationale des Fromagers (Guia Internacional dos Queijeiros), está em sua quinta edição, e foi realizada entre 12 e 14 de setembro, na cidade de Tours. Além dos prêmios, o evento promove encontros e palestras com especialistas do setor de todo o mundo.

Participaram 900 queijos de 46 países. O Brasil concorreu com 183 exemplares dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Durante o concurso, foram disputadas 331 medalhas. Os brasileiros conquistaram cinco medalhas na categoria “super ouro”, 11 de ouro, 24 de prata e 17 de bronze.

De acordo com a SerTãoBras, instituição que organizou a ida dos produtores brasileiros à França, está confirmada a realização do 2º Mundial de Queijos do Brasil, no Museu do Inhotim, em Minas Gerais, de 15 a 18 de setembro de 2022.

Queijo de Alagoa-MG é premiado pela segunda vez consecutiva.

 

Queijo de Alagoa-MG é premiado pela segunda vez consecutiva

Depois de conquistar o ouro em 2019, o Queijo Premium Maturado de 60 dias, fabricado na Fazenda Bela Vista, em Alagoa, no Sul de Minas Gerais, voltou a levar pra casa uma medalha de ouro no concurso Mondial du Fromage et des Produits Laitiers (Mundial de Queijos e de Produtos Lácteos), realizado na França, neste ano. O concurso é realizado de 2 em 2 anos.

Segundo a produtora e uma das proprietárias da fazenda, Thaylane Siqueira Guedes, "a sensação foi como se fosse pela primeira vez", enfatizou. Em entrevista ao Varginha Online, a produtora contou sobre a experiência de ter um queijo vencedor mundialmente e falou um pouco sobre a produção no Sul de Minas. 

 

Confira a entrevista logo após a imagem:

Queijo de Alagoa-MG é premiado pela segunda vez consecutiva.

 

Como foi receber o prêmio pela segunda vez consecutiva?

Sensação como se fosse pela primeira vez. Inacreditável na hora; comecei a ler o resultado e a ficha não caiu, que ganhamos com o mesmo queijo do último mundial, só depois de alguns minutos que vimos. Querendo dar aquela risada gostosa e ao mesmo tempo chorar de emoção. Meu sogro Cláudio estava meio resfriado no dia do resultado, na mesma hora que ficou sabendo, levantou da cama e animou; minha sogra Maria perdeu até o jeito pra fazer o almoço (risos), pegou meu filho Benício e foi agradecer a Deus na Capela da Fazenda; meu esposo Renato não sabia o que fazia, andava pra lá e pra cá, e eu pensando em como fazer a divulgação da premiação. Enfim, foram "tantas emoções".

 

Qual sentimento em ver seus produtos sendo conhecidos e premiados mundo afora?

Que quando se faz com amor e dedicação, mesmo que demore, uma hora o reconhecimento vem, e vem com tudo. E esse reconhecimento serve para dar ânimo e um gás novo.

 

O que você destaca de diferente no produto para que ele tenha conquistado esse prêmio internacional?

O queijo Artesanal da Fazenda Bela Vista Premium 60 dias, realmente é o queijo diferenciado da Fazenda Bela Vista, afinal  ele conquistou a mesma colocação em tão importante concurso. Concorreu com mais de 900 queijos e ficou com a mesma classificação de 2019 OURO no Mundial. Acredito que o queijo Artesanal Alagoa com 60 dias de maturação seja o mais valioso de todos; a maturação é feita simplesmente por deixá-lo em tábuas de pinheiro e o tempo e o mofo fazem seu trabalho, só que lembrando que a Fazenda está a 1.500 mt de altitude, aí acredito estar aí um dos grandes diferenciais, deixando o queijo com um sabor inigualável. Mas antes de chegar às tábuas de maturação, ele é produzido por verdadeiros mestres, há mais de 35 anos, Cláudio, Maria e Renato, daí vem o saber fazer o queijo com arte, amor e dedicação e o principal, em família.

 

Como é a produção em sua fazenda?

A produção é toda feita por nós mesmo, desde a criação do gado, ordenha, maturação, embalagem e entrega. Às 5 horas da manhã começa a primeira ordenha, após a ordenha, vamos fazer o queijo e depois vem os trabalhos de cada um, e às 14h tem ordenha novamente; o leite da tarde fica no resfriador para juntar com o leite do outro dia para fazermos o queijo novamente. Esse trabalho é todos os dias, faça sol ou faça chuva, inverno ou verão, de domingo a domingo, sem descansar um dia. Por isso, nossa maior bandeira é a valorização do produtor e produto rural.

 

O queijo vencedor pode ser encontrado nas cidades sul-mineiras?

No momento o queijo Fazenda Bela Vista Premium 60 dias não está disponível, pois são queijos especiais que precisam do tempo de maturação para ficarem prontos; um nova remessa ficará pronta em novembro. Estará disponível em nosso site de vendas para o consumidor final que vamos lançar essa semana no nosso Instagram. Em Três Corações vocês encontram nosso queijo em 2 lojas: Casa de Queijo do Gilmar e na loja Santo Queijeiro. Em Varginha, no Clube Campestre, com o João, e no Cantinho da Roça.

Cláudio, Maria e Renato, daí vem o saber fazer o queijo com arte, amor e dedicação e o principal, em família.

 

História da Fazenda Bela Vista - Alagoa-MG

Senhor Cláudio e Senhora Maria se casaram e foram morar no sítio do pai do Cláudio. Os irmãos dele foram tentar a vida na cidade grande e outros foram para a cidade de Alagoa e no bairro Companhia, no alto da montanha, ficaram o casal Cláudio e Maria, que desde o início têm seu sustento do trabalho rural, tirando leite e produzindo queijos todos os dias. O casal teve 3 filhos: Cláudia, Carolina e Renato. Hoje todos já estão casados.

Em 2017, as coisas ficaram bem difíceis para a família. Desde o início, Cláudio e Maria sempre passaram os queijos para os “atravessadores”, aqueles que compram o queijo do produtor e revendem; muitas vezes são os atravessadores que colocam o preço no queijo. Na época, as águas estavam baixas demais e o dinheiro não estava dando para pagar a ração do gado e muito menos para fazer as despesas da família. A queijeira chegou a ficar com mais de 600 kg de queijos empacados.

Vendo a situação dos pais, Renato e sua esposa Thaylane colocaram no carro 12 peças de queijos de 5 kg cada e saíram para as cidades vizinhas, venderam 2 peças e voltaram com 10 dentro do carro. Quando Cláudio viu, ele perdeu a esperança e disse que teria que entregar os queijos por qualquer preço que fossem pagar, pois já não havia mais espaço para colocar os queijos na queijeira. Mas para Renato e Thaylane foi só o começo.

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