Beneficiários reclamam de sumiço do valor do auxílio emergencial no app da Caixa

Publicado por Tv Minas em 20/06/2020 às 16h19

Fonte: G1

Beneficiários afirmam terem sido vítimas de golpe.

 

Beneficiários denunciam que o valor de R$ 600 que receberam do governo como segunda parcela do auxílio emergencial sumiu das contas.

 

"Tentei transferir um valor para a minha poupança e o dinheiro sumiu, ninguém sabe onde foi parar", foi o que relatou a jornalista Karina Maia, após tentar realizar uma transação no aplicativo Caixa Tem.

 

Ela conta que tentou enviar metade do valor para a conta-poupança, da Caixa Econômica, e logo depois apareceu no aplicativo que a transação não poderia ser efetuada. Karina então tentou transferir a outra metade para uma amiga, e se surpreendeu com a mensagem de que seu saldo estava zerado. Ao verificar seu extrato, percebeu que havia um indicativo de uma retirada dos R$ 600, que ninguém sabe onde foi parar.

 

"Levei horas para conseguir falar com uma atendente que me informou que poderia ser um bug no sistema e sugeriu abrir uma ocorrência e esperar até o fim da pandemia para saber onde o dinheiro foi parar, mas isso não faz o menor sentido", contou Karina.

 

Uma atendente da Caixa, que não quis se identificar, contou que diariamente atende centenas de pessoas, desde que caiu a segunda parcela, com o mesmo problema. Ela disse que as pessoas relatam que vão tentar utilizar o dinheiro, fazer pagamentos ou transferências pelo aplicativo da conta digital do Caixa Tem, mas o valor desaparece.

 

A fotógrafa Leticia Auler também está entre os beneficiários em busca de informações sobre o valor que sumiu do aplicativo. Ela contou que o problema ocorreu em sua primeira parcela.

 

Letícia tentou transferir o valor de R$ 600 para sua conta em outro banco no início de junho e viu que o valor saiu do aplicativo Caixa Tem na mesma hora que realizou a transação. Até agora o dinheiro não caiu em sua conta e nem voltou a ser demonstrado no saldo do aplicativo.

 

"Liguei para a Caixa e me falaram que estão com problema no aplicativo, que não tem prazo para o dinheiro aparecer e que não sabiam informar onde apareceria o dinheiro quando tudo normalizasse", explicou Letícia.

 

 

Vítimas de golpe

 

A professora de espanhol Célia Angélica Perez, que sofre com o mesmo problema, diz que o dinheiro faz falta em tempos de pandemia.

 

“Não dá para pagar luz, para pagar água, para pagar nada. Eu fico devendo estas contas e é só a alimentação da casa. Eu não tenho aposentadoria. Então nós estamos sem saber o que fazer”, contou a professora.

 

Ela encontrou pouco mais de R$ 2 na conta e, no cadastro, o registro de um e-mail que ela desconhece: “Um e-mail diferente, com um nome estranho, americano, que não tinha nada a ver comigo. Aí, na Caixa Econômica, conseguiram saber que o meu dinheiro foi usado em uma conta on-line, de pagamento de boletos”.

 

Outras vítimas contam que golpistas usaram o mesmo procedimento para levar o dinheiro depositado.

 

“Conversando com alguns amigos, que também tiveram alguns problemas, eles me instruíram a entrar no aplicativo Caixa Tem. Ao tentar fazer o cadastro, eu não consegui, pois uma outra pessoa tinha feito um cadastro no meu nome. E esta outra pessoa roubou o meu dinheiro, a minha segunda parcela do auxílio emergencial”, explicou a cuidadora de animais Roberta Gilio, que encontrou somente R$ 0,97 na conta.

 

 

O que diz a Caixa


Sobre o caso da jornalista Karina, a Caixa Econômica informou que a segunda parcela foi creditada na Poupança Social Digital aberta gratuitamente no dia 25 de maio, como uma antecipação do pagamento para utilização digital do benefício pelo aplicativo Caixa Tem, de forma a evitar o saque presencial e a aglomeração de pessoas nas agências.

 

A Caixa diz que na data de liberação do saque em espécie, dia 8 de junho, conforme calendário, houve a transferência automática para a conta indicada pela beneficiária no momento do cadastramento - a mesma conta em que recebeu a primeira parcela.

 

A Caixa disse ainda que o mesmo processo irá ocorrer para a 3ª parcela, observando o calendário de créditos e saques, respectivamente.

 

Os casos de Célia e Roberta foram registrados na Polícia Civil do Rio. A Caixa informou que atua junto com os órgãos de segurança pública para reduzir os riscos de fraudes e que aciona as forças policiais sempre que detecta suspeita de crime.

 

A Caixa afirmou ainda que as contestações de saques podem ser feitas pelos beneficiários em qualquer agência e, quando houver a comprovação de saque fraudulento, o beneficiário será ressarcido.

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