Ninguém mais vai me massacrar, afirma vítima de cárcere privado

Publicado por Tv Minas em 18/10/2020 às 20h35

Fonte: G1

Doméstica foi resgatada após escrever um bilhete de socorro em um papel de cigarro.

 

“Se for preciso chamar a polícia 500 vezes, eu vou chamar, mas ninguém mais vai me massacrar”. A declaração é da doméstica resgatada em Araripe, no interior do Ceará, após ser mantida em cárcere privado pelo próprio companheiro.

 

Ela conseguiu escapar depois de escrever um bilhete pedindo socorro, em um pedaço de papel rasgado de uma carteira de cigarro. O companheiro dela foi preso após uma abordagem da polícia.

 

A mulher estava sendo mantida presa, na última sexta-feira (16), contra a própria vontade em uma creche, onde o companheiro dela trabalhava como vigia.

 

Em determinado momento, ela conseguiu rasgar um pedaço de papel, pegou o lápis de um pedreiro e escreveu “polícia por favor urgente”. A vítima notou que uma criança que brincava de bicicleta no local encontrou o bilhete e pediu: “entrega para um adulto”.

 

De acordo com a vítima, ela estava sendo forçada a ficar na creche porque o marido era bastante ciumento. Ela revelou que tem fibromialgia, doença que provoca dores no corpo durante longos períodos, principalmente nas articulações, nos músculos e tendões.

 

Por conta do nervosismo com a situação, a mulher não conseguia se alimentar e beber água, além de ter fumado duas carteiras de cigarro.

 

A vítima e o agressor chegaram na obra no começo da manhã. Antes, eles já haviam discutido em casa, por ciúmes, quando ele deu um chute na perna dela, o que causou uma luxação. Com os gritos de dor da vítima, o agressor tapou a boca da mulher e ordenou que ela ficasse calada.

 

Não há informações de quem acionou a polícia após a criança achar o bilhete. Contudo, os policiais chegaram no local no fim da tarde para averiguar a denúncia. "Ele viu a polícia passando e se apavorou. A polícia perguntou em vários lugares, até que resolveu ir lá na creche.

 

O policial perguntou se tava acontecendo alguma coisa, ele disse que não, aí eu disse: ‘tá, tá sim’”, revelou a doméstica.

 

“O policial já puxou o tablado e entrou, fez uma vistoria, perguntou se ele tinha arma. Falei que não, ele não usa arma, não bebe, não fuma, o único problema é que eu tava lá dentro com ele contra a minha vontade porque ele não queria que eu fosse pra rua porque tudo ele desconfiava”, complementou a vítima.

 

O agressor e a vítima foram encaminhados à Delegacia Regional de Policia Civil de Crato. “Eu tô aqui pra pedir medida protetiva pra mim e pra minha filha, que ele me ameaça que vai me matar. Se eu sair de casa ele vai atrás de mim, vai me matar; se eu sair de casa por causa de alguém ele vai me matar. Tudo dele era [ameaçar] matar”, revelou a doméstica.

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